Além da questão ambiental, empregar o recurso hídrico com consciência pode se tornar um diferencial
O cuidado com o meio ambiente – mais especificamente com a água – pode garantir mais competitividade e ser um diferencial para as empresas. Com esse apelo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas (Sebrae Minas) vem atuando junto a empresários para que o recurso hídrico seja usado com mais consciência. Ocorre que problemas de racionamento e desabastecimento já são enfrentados por empresários no seu dia a dia. O alerta é feito pelo Sebrae, com a proximidade do Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
Levantamento do Sebrae indica que, no ano passado, 17% das micro e pequenas empresas (MPE) de Minas foram atingidas pelo desabastecimento de água. Neste ano, 40% dos empresários temem enfrentar racionamentos. Para fazer frente ao problema, 54% adotaram alguma ação para reduzir o consumo de água. No País, a média do custo da água, considerando os custos totais da empresa, é de 5%.
Analista do Sebrae Minas, Julia Padovezi está em Brasília participando do 8º Fórum Mundial da Água. Ela reforça que as iniciativas para o uso racional do recurso podem e devem partir também das micro e pequenas empresas. “A pequena empresa também deve estar envolvida nas questões de sustentabilidade. Mesmo sem ter muito poder aquisitivo para investir em tecnologias, esses empresários podem trabalhar com ações pontuais de redução de desperdício”, pondera. “Hoje, o consumidor está muito exigente. O fato de a empresa ser responsável no uso da água pode ser apresentado como diferencial”, completa.
“No Brasil, temos a cultura da abundância quanto à água. Ninguém acha que vai acabar. Mas é um recurso finito”, ressalta. E ela lembra que, no caso das empresas, a falta de água significa prejuízo certo. “Imagina um restaurante sem água”, exemplifica. Ainda segundo a analista, o fato de Minas estar registrando chuvas acima da média neste mês não significa que riscos futuros de desabastecimento estão descartados.
De acordo com a pesquisa do Sebrae, no País, em 2017, aproximadamente 15% dos empresários enfrentaram algum problema com abastecimento de água. Quase metade deles adotou alguma ação visando a reduzir o consumo de água. Para 2018, 30% acreditam que enfrentarão problemas de abastecimento.
As principais medidas tomadas pelos empresários para reduzir o consumo de água foram economia, racionamento (23%); reaproveitamento de água (6%); diminuição de limpeza com mangueira, lavagem de carro e calçada e frequência da faxina na empresa (4%) e captação da água da chuva (4%).
O estudo apontou que, quanto menor o porte da empresa, maior a taxa de problemas enfrentados com relação ao abastecimento de água tratada em 2017. Dessa forma, os microempreendedores individuais (MEIs) foram os mais prejudicados, com 19% tendo enfrentado problemas. No caso dos microempreendedores, o índice chegou a 14% e, em relação às empresas de pequeno porte (EPP), atingiu 10%.
Quanto aos setores, os mais afetados foram serviços (18%) e comércio (18%), seguidos da indústria (13%).
Mais preocupados – Os MEIs apresentaram a maior preocupação de que suas empresas sejam prejudicadas pelo racionamento de água neste ano, com o índice chegando a 34%. Em seguida estão os microempreendedores (28%) e empresários de pequeno porte (19%).
No caso de adoção de medidas visando a reduzir o consumo de água, percebe-se o contrário: as ações são mais intensas nas empresas de pequeno porte. De acordo com a pesquisa, 52% das EPPs adotaram medidas. O índice foi de 47% nas microempresas e de 46% nas MEIs.
Quanto ao recorte por setor, os percentuais foram semelhantes: 47% das empresas do setor de serviços; 47% do comércio e 48% da indústria tomaram medidas para reduzir o uso do recurso.
Fonte: Diário dom Comércio
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