Segundo mineradora, etapa de restauração ambiental da Águas Claras terá investimento de mais de R$ 334 mi
A Vale inicia, neste mês, a nova fase da recuperação ambiental da mina de Águas Claras, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), sob investimentos de mais de R$ 334 milhões. Somados aos R$ 321 milhões aportados pela mineradora na primeira etapa dos trabalhos, que ocorreu entre 2014 e 2017, o projeto totalizará cerca de R$ 655 milhões até 2022. Apesar dos aportes, no entanto, a companhia ainda não definiu qual será a destinação final da área da mina, que está fechada há 16 anos, na Serra do Curral.
De acordo com o gerente de fechamento de mina, Alessandro Resende, após a conclusão do projeto, a área ainda ficará por cinco anos em processo de monitoramento. O período pós-obra, segundo ele, compreende o acompanhamento das soluções de engenharia e recuperação ambiental. “O uso efetivo da área após esse período ainda está sendo avaliado. A Vale ainda não tem uma definição”, admitiu.
As ações da nova fase visam à descaracterização da unidade minerária, vizinha à Serra do Curral e ao Parque das Mangabeiras e que abriga em seu território a Mata do Jambreiro – Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Vale. Dos cerca de 2 mil hectares da área da Mina de Águas Claras, 912 hectares são ocupados pela Mata do Jambreiro.
Conforme Resende, as obras contemplam a adequação das estruturas de antigas pilhas de estéril, cava e barragem, buscando a inserção delas no contexto ambiental do entorno. “Também está prevista a remoção de usina, oficinas e outras construções de apoio da antiga mina”, citou.
De acordo com o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão da Vale, Lúcio Cavalli, a proposta é usar a mina como exemplo de recuperação e modelo para estudos e acompanhamentos dentro e fora da empresa. Esse é o primeiro fechamento de mina da Vale. Para isso, a mineradora começou a elaborar o projeto de recuperação da área em 2010.
Intervenções – Do escopo original, que previa 14 diferentes intervenções, oito foram concluídas e três descartadas em comum acordo com órgãos ambientais. Agora, outras três serão iniciadas e concluídas até 2022. São elas: a extensão do sistema de aspersores na Serra do Curral, a desmontagem da usina de beneficiamento e a continuidade da readequação das estruturas de antigas pilhas de estéril.
Assim como na fase anterior, a Vale deverá fazer uso de helicópteros para o transporte das telas de aço usadas na fixação dos taludes para readequação das estruturas de estéril. As telas serão fixadas por alpinistas industriais, profissionais especializados nesse tipo de obra. Cerca de 300 pessoas devem trabalhar nas obras durante o pico.
Além disso, serão instalados três novos aspersores na crista da Serra do Curral, ampliando de 16 para 19 o número de equipamentos instalados na região para prevenção e combate a incêndios. Com os novos aspersores, o sistema hídrico conseguirá cobrir aproximadamente 1,9 quilômetro de extensão da área tombada da Serra. Os investimentos na ampliação do sistema serão de R$ 450 mil.
A extração de minério de ferro em Águas Claras ocorreu entre 1973 e 2002. O complexo pertencia à Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), adquirida pela Vale em 2006.
Atualmente, é utilizado como área administrativa da companhia em Minas Gerais e abriga cerca de 2 mil funcionários.
Com o fim das operações e a paralisação do bombeamento da água do fundo da cava, a área de lavra começou a ser preenchida, formando um lago que tem aproximadamente 150 metros de profundidade. O gerente de fechamento de mina da companhia explicou que o nível da água ainda subirá 50 metros nos próximos anos.
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