Prefeitura retira mais de 900 toneladas de entulho em córregos de Belo Horizonte

Executivo retirou móveis, pneus, materiais de construção de dentro dos córregos Prentice Coelho, Acaba Mundo e Bicão.
População polui córregos em Belo Horizonte (Foto: reprodução/TV Globo)

 

Mais de 900 toneladas de lixo foram retiradas dos córregos de Belo Horizonte somente neste ano. Foram restos de construções, móveis e pneus, por exemplo.

O lixo é depositado de forma irregular nos cursos d’água e a falta de conscientização causa problemas não somente para quem vive perto do córrego, mas para toda a cidade.

O Córrego Prentice Coelho, no bairro Caiçara, na Região Noroeste, dá mostras de que teve a margem capinada e foi limpo recentemente, mas já está sujo de novo.

“Mal limpou e já tem lixo. O próprio pessoal aqui já vai jogando o lixo, lixo doméstico, às vezes acha mais fácil pôr fogo do que acondicionar da forma correta”, disse o pesquisador Gustavo Jonathan Costa.

No Córrego Acaba Mundo, na Praça JK, na Região Centro-Sul, tem lixo até na parte canalizada. Dá para ver até pneu de carro e garrafão de água mineral.

No bairro Santa Lúcia, ne mesma região, o Córrego do Bicão está cercado de entulho. A cascatinha deságua em um monte de lixo e o córrego recebe esgoto também, o que pode provocar enchente e inundação e causar doenças.

“O que acontece, quando você traz aqui lixo, resíduo, você acaba gerando um foco de produção de vetores, produzir local em que proliferam ratos, baratas, insetos. Esses vetores acabam transmitindo doenças, como a zika, chikungunya, febre, uma série de doenças que propagam com esses vetores”, explicou o coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano.

Em outra alça do Bicão, o pessoal da Limpeza Urbana está dando um duro danado, desde a semana passada, quando começou a retirar entulho e tudo quanto é tipo de lixo da encosta e do leito do córrego, como sofá e carrinho de supermercado.

“É um serviço de formiguinha. A gente vai levando no leito do córrego todo, até o acesso onde está o caminhão”, explicou o gerente de Limpeza Urbana Regional da Regional Centro-Sul, Denílson Pereira de Freitas.

Somente o que a SLU retirou do córrego nos últimos dias e ainda prevê retirar, é quase a metade do que já limpou em todos os córregos da regional, de janeiro a agosto.

“Se for pelo levantamento que a gente fez até julho, a gente limpou 80 toneladas na regional toda só de julho para cá, só nesse córrego [Bicão] específico já deve ser em torno de 40 toneladas”, completou Freitas.

E não adianta limpar se o pessoal não parar de sujar. “As pessoas acabam entendendo que ao invés de ter água limpa a gente pode colocar lixo, esgoto e, com isso, a gente tira da natureza um ambiente que podia ser saudável. A água é vida, água é natureza e nós podemos preservá-la com saúde”, ponderou Polignano.

Quem for flagrado jogando lixo nos córregos está sujeito a multas, que variam de R$ 185 a R$ 5.564. Denúncias sobre depósitos clandestinos podem ser feitas pelo telefone 156.

FONTE: G1

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