Implantação de tecnologia de filtragem por empilhamento demandará R$ 140 milhões
Mara Bianchetti
A Musa optou pelo modelo porque permite ganhos ambientais e mantém elevado o padrão de segurança nas mineradoras/Daniel Mansur/Divulgação
A Mineração Usiminas (Musa), controlada pela Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), vai investir R$ 140 milhões na implantação de um novo sistema de disposição de rejeitos em sua unidade localizada em Itatiaiuçu, na região Central. A companhia já protocolou o pedido de licenciamento ambiental na Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) e, caso aprovado, será um dos primeiros grandes empreendimentos do gênero no País a utilizar a tecnologia de filtragem por empilhamento.
De acordo com o diretor executivo da Musa, Wilfred Theodoor Bruijn, a expectativa é de que o processo de licenciamento seja concluído até dezembro e que as obras de implantação do sistema sejam iniciadas imediatamente após a liberação. Já o prazo para conclusão dos trabalhos é estimado em 12 meses.
“Conforme acordado com o órgão ambiental, o prazo aguardado é de um ano. Esperamos que o período seja mantido de forma a não termos quaisquer alterações no time do projeto”, afirmou.
São esperados também cerca de 300 postos de trabalho durante as obras e outras 50 vagas em caráter permanente, quando o sistema entrar em operação.
O objetivo do projeto é aprimorar técnica e ambientalmente a destinação dos rejeitos do processo produtivo do minério de ferro da unidade, por meio de um método já utilizado em outros países.
Segundo Bruijn, embora os custos de implantação e de operação sejam superiores aos das barragens de rejeitos convencionais, a Musa optou pelo modelo porque permite ganhos ambientais e mantém elevado o padrão de segurança nas mineradoras.
“Estamos nos antecipando ao que acreditamos ser uma tendência para o futuro da indústria da mineração. A filtragem de rejeitos vem sendo usada com sucesso em operações localizadas em regiões com acesso restrito à água e, agora, conseguimos adaptar com sucesso a técnica à nossa realidade”, explicou.
O diretor lembrou que o ambiente mais restritivo no processo de licenciamento das barragens tradicionais também incentivou a companhia a investir na tecnologia. “Além de tudo, julgamos que o novo método é mais vantajoso e em linha com os anseios da sociedade”, completou.
Processo – Conforme a empresa, o processo de empilhamento do rejeito filtrado demanda menor área para disposição, permite mais segurança no processo e possibilita ações imediatas de controle de impactos. À medida que vai sendo formada, a pilha vai simultaneamente sendo revegetada para fins ambientais e geotécnicos.
Além disso, a metodologia apresenta maior vida útil da estrutura, eleva os níveis de recuperação de água, bem como oferece maior controle e estabilidade das estruturas de disposição.
No processo, os materiais serão enviados para uma planta de filtragem. A água será recirculada, retornando para a flotação como água de processo, enquanto a torta de rejeitos filtrados será transferida por meio de uma correia transportadora que formará a pilha intermediária. Dessa pilha, os rejeitos filtrados serão transportados por caminhões para a área do empilhamento a seco, onde tratores e rolos serão utilizados para espalhar e compactar o material.
“Trata-se de um modelo internacionalmente testado e reconhecido, o que nos dá maior segurança quanto ao sucesso do projeto também no nosso empreendimento”, concluiu.
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