Uma das linhas de investigação do MPF – Ministério Público Federal – sobre o chamado ‘Dia do Fogo’ é se houve irregularidade na falta de atuação preventiva do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis – no episódio.
Antes das queimadas, o Ibama foi alertado pelo MPF de suspeitas de que haveria uma ação organizada para realizar queimadas na região de floresta dos municípios de Novo Progresso e Altamira, no Pará.
Mas o órgão ambiental respondeu que não poderia atuar por causa da ausência de proteção policial às equipes de fiscalização, que vinham sofrendo ataques na região de madeireiros e grileiros.
Segundo um procurador com acesso à investigação, a inércia do Ibama e a falta de apoio da Polícia Militar do Pará e da Força de Segurança Nacional podem, em tese, configurar ato de improbidade administrativa.
As investigações ainda estão no início, e não há elementos concretos que indiquem irregularidades na atuação dos órgãos, mas procuradores com conhecimento da apuração confirmaram que essa será uma das perguntas às quais o inquérito tentará responder.
O ‘Dia do Fogo’ é como ficou conhecida a série de queimadas suspeitas de ter origem criminosa na região BR-163, rodovia que liga essa região do Pará aos portos fluviais do rio Tapajós e ao estado de Mato Grosso.
Reportagem da revista Globo Rural apontou a suspeita de que houve uma convocação por meio de aplicativos de mensagens usados por agricultores e grileiros da região de Altamira (PA) para que fossem realizadas as queimadas.
Hoje, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que o Ministério Público investiga suspeitas de que tenha havido uma ação planejada para realizar incêndios criminosos na floresta Amazônica, “Há suspeita de ação orquestrada, há suspeita de uma atuação que foi longamente cultivada para chegar a este resultado”, disse.
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