Os 18 municípios atingidos pelo desastre com a barragem da Vale serão contemplados com R$ 4 milhões. Parte do recurso vai para os cuidados mentais
“Quando você tem uma perda sem o corpo, por morte presumida, que talvez seja a situação de muitos, essas pessoas tem uma sensação de luto muito mais prolongado com tendência maior Pa depressão e perda do elan vital, podendo ter desdobramentos muito ruins”, disse o ministro.
Questionado sobre o fato de ter se referido diversas vezes à situação de Brumadinho como um acidente, Mandetta disse que o termo o “adjetivo” não importa e que a preocupação é com os impactos sobre as vidas. “O nome que queira se dar, se tragédia, crime ou dolo cabe aos peritos judiciais, advogados e promotores”, afirmou.
Segundo Mandeta, o Ministério da Saúde vai monitorar a água, o solo e os lençóis freáticos de Brumadinho e região pelos próximos cinco anos, assim como a saúde mental das vítimas. Se necessário, esse suporte pode ser prorrogado.
Dos R$ 4 milhões que serão liberados, R$ 1,65 milhão será incorporado ao valor transferido anualmente para a região. Ainda segundo o Ministério da Saúde, as medidas vão ajudar 18 cidades afetadas, que abrigam um milhão de pessoas.
O prefeito de Brumadinho Avimar de Melo (PV), o Neném da Asa, disse que a cidade de 40 mil habitantes está acabada, já que 80% dos royalties da mineração que recebe são da Vale. Após os 20 meses que a mineradora vai pagar pela arrecadação perdida, segundo ele, não há alternativa para Brumadinho. Ele aproveitou a solenidade para pedir uma audiência com o governador Romeu Zema para tratar do assunto, já que, segundo o prefeito, “não teve jeito de Zema lhe dar uma atenção ainda”. Ao ministro, Avimar pediu recursos para terminar a construção de um hospital que ficou parada na cidade. Mandetta afirmou que vai avaliar a situação de cerca de 10 unidades no estado que estão nas mesmas condições para decidir para onde enviar os recursos.