Servidores protestam por melhores condições de trabalho no SISEMA, em Montes Claros

Servidores protestam por melhores condições de trabalho no SISEMA, em Montes Claros

Os servidores alegam que já ouviram muitas propostas, mas que nada de efetivo foi feito até o momento no setor.

Texto por: Ricardh Pereira | Edição e Revisão: Jhyenne Gomes

Servidores públicos do meio ambiente protestaram na manhã desta quinta-feira (05), durante reunião promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). A reunião ocorreu no espaço de eventos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Montes Claros (MG), e contou com a presença da Secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais, Marília Carvalho de Melo, representantes do governo de Minas Gerais e dirigentes da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM).

Os trabalhadores realizaram um protesto e apresentaram as reivindicações da categoria: melhores condições de trabalho, maior valorização do servidor, reposição de perdas inflacionárias, melhoria de salários e plano de carreira. Como parte do protesto, as servidoras e servidores optaram por uma estratégia de silêncio, vestindo preto e acompanhada de adereços, como nariz de palhaço, e cartazes com suas reivindicações e palavras de ordem.

Érika Batista, servidora do SISEMA lotada no Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM) e Diretora de Assuntos do Interior do Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais (SINDSEMA) fala sobre o motivo da manifestação. “O servidor vem sendo a cada dia mais desvalorizado, e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente está sendo enfraquecida e sucateada. Além de enfrentar as queimadas e os desafios diários do trabalho, temos que enfrentar também a falta de estrutura do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos”, explica.

Entre as pautas reivindicadas pelos servidores e servidoras está a realização de concurso público. O Superintendente de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Renato Pereira, admitiu que existem cerca de 400 vagas em aberto, mas, segundo ele, essas vagas não podem ser providas devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede a realização de um novo certame.

Sem representação sindical

Entre os cartazes de protesto, havia alguns questionando o motivo pelo qual o SINDSEMA não foi convocado para compor a mesa, de forma que os servidores estivessem representados no espaço.

Servidores levam cartazes com os dizeres “Por que o Sindsema não foi convidado para compor a mesa?”

Ao ser questionada, a Secretária de Estado Marília Carvalho disse que cada um tem sua responsabilidade dentro da sua área de atuação.

“Existem momentos de diálogo com os nossos servidores e existem pautas sindicais com as quais também vamos ter o momento de diálogo com o sindicato. O Sindicato tem o seu papel, nós temos o nosso. O Sindicato não ter sido convidado aqui é porque este é um momento de diálogo com o servidor”, afirmou a Secretária Marília Carvalho.

Um servidor, que preferiu não ser identificado, disse que essa atitude demonstra que o governo não está aberto ao diálogo e à defesa dos interesses dos funcionários públicos. “Os trabalhadores do SISEMA estão há muito tempo com o salário defasado; o governo sequer corrigiu a inflação no último reajuste concedido. Enquanto isso, os cargos da alta cúpula tiveram um reajuste de cerca de 300%”, afirma o servidor.

O Deputado Estadual Arlen Santiago, que estava representando a Assembleia Legislativa, disse que o evento visava ouvir os funcionários e encaminhar suas necessidades para que o sistema funcione melhor.

“A Secretária Marília veio para ouvir os trabalhadores e tentar encaminhar alguns pleitos para que (o sistema) possa funcionar melhor. Do meu ponto de vista, o SISEMA tem funcionários de alta capacidade e que fazem um grande trabalho aqui no norte de Minas Gerais”, afirma Santiago.

No entanto, os servidores e servidoras alegaram que já ouviram muitas propostas, mas que nada de efetivo foi feito até o momento na regional e, devido a isso, decidiram realizar a manifestação.

“A gente quer ser valorizado, que os nossos pleitos sejam atendidos, que paremos de ouvir promessas e vejamos soluções concretas acontecendo de fato. Para além do mobiliário, queremos respeito enquanto servidores do meio ambiente. Porque servir ao meio ambiente é proteger o planeta, proteger a vida”, enfatizou Batista.

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