'Isso é um genocídio', diz Alexandre Kalil sobre desastre de Brumadinho

'Isso é um genocídio', diz Alexandre Kalil sobre desastre de Brumadinho

‘Desanima ser brasileiro numa hora dessa’ comentou prefeito de Belo Horizonte, que também afirmou que ‘diretoria da Vale tinha que estar na cadeia’

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press – 21/12/2018)

 

“Isso é um genocídio”, disse o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) na manhã desta segunda-feira, sobre a tragédia em Brumadinho, quando houve o rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão, empreendimento da Vale.
Para o prefeito, a impunidade é causa exclusiva dessa tragédia se repetir em Minas Gerais. “Se o presidente da Vale tivesse sido preso pelo desastre de Mariana, esse desastre (Brumadinho) certamente não aconteceria”, disse.
“Isso que revolta, que entristece. Isso não é árvore, não é passarinho, não é boi, não é cachorro. Eu acredito que passe de 300 o número de vítimas. Isso é um genocídio. É um crime que, pelo menos preventivamente, essa diretoria da Vale tinha que estar na cadeia, isso não aconteceria nunca mais com qualquer lei que se colocar”, desabafa o prefeito.
Durante a entrevista à TV Record, Kalil disse que deixar as leis mais rigorosas não adianta, pois a corrupção está instalada no meio da mineração. “Eles fazem o que querem, são bilionários. Não vamos comparar com ‘empresariozinho’ de boate do interior do Rio Grande do Sul com a Vale do Rio Doce. Aquilo foi um acidente gravíssimo, isso que estamos vendo pela segunda vez em Minas Gerais, é crime”, compara o prefeito, com a tragédia da Boate Kiss, que deixou 242 jovens mortos em 2013.
Alexandre Kalil disse que a tragédia de Brumadinho não deve ter o mesmo tratamento que em Mariana. Para ele, o presidente da Vale também não deveria estar reunido com governantes. “O presidente da Vale tinha que estar no lugar onde a irresponsabilidade se mata 300 pessoas. É injustificável, é revoltante e desanima ser brasileiro numa hora dessa”, completa.
O prefeito também registrou sua insatisfação com o Ministério Público, que tem investigado o aumento da tarifa do transporte público em Belo Horizonte. “É hora de todos que trabalham tanto com aumento de passagem, o próprio Ministério Público está preocupado que aumentou 50 centavos na passagem, pediu 104 mil documentos, pra ver se tem algum ‘vagabundo’ mexendo com isso ou qualquer coisa que o valha”.

Ver galeria . 28 FotosAlexandre Guzanshe/EM/D.A.Press
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press )
*Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen 
Deixe um comentário

Enviar um comentário