Planejamento vai desde a atividade primária até a indústria, com a fabricação de baterias
O projeto que envolve o lítio em Minas Gerais poderá colocar o Estado em destaque como um importante polo do segmento/PIXABAY/DIVULGAÇÃO
O governo de Minas está investindo na verticalização da cadeia produtiva do lítio, partindo da exploração e beneficiamento do mineral, até seu uso pela indústria moderna, como na fabricação de baterias para smartphones e carros elétricos. A expectativa é de que dentro de cinco a dez anos os resultados das ações do Executivo e de outros players com atividades em território mineiro já coloquem o Estado como um importante polo da cadeia do lítio no País.
“Já começamos a focar ações em materiais estratégicos, portadores do futuro, essencialmente na cadeia do lítio, que vai da mina às baterias elétricas”, afirmou o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge)/Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castelo Branco.
“A tecnologia hoje é muito rápida. Imaginávamos que os carros elétricos e baterias elétricas, por exemplo, teriam resultados daqui a 15 anos, mas estamos vendo que a estratégia de desenvolver a cadeia do lítio como um todo, desde a mineração até a aplicação, passando pela produção química e investimento em fábrica de baterias, trará resultados em cinco a dez anos”, analisou Castelo Branco.
De acordo com o presidente da Codemge/Codemig, os frutos das ações do Executivo devem começar a ser colhidos no próximo governo. Entretanto, Castelo Branco lamentou o atraso do País em relação a outras nações. “Estamos começando mais tarde do que outros países, mas, no Brasil, não existe outro estado capaz de investir em lítio com tanto potencial quanto Minas Gerais”, disse.
Entre os projetos do governo de Minas na cadeia do lítio, está a compra, por meio da Codemig Participações (Codepar) – subsidiária da Codemig dedicada a participar minoritariamente de empreendimentos em parceria com o setor privado – de 33% de participação na Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que atua na exploração e beneficiamento do mineral no País, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. O valor envolvido na operação foi de R$ 80 milhões.
De acordo com informações do governo de Minas, a participação da Codepar no capital da CBL assegura a sinergia com o aporte do Fundo Aerotec no capital da britânica Oxis Energy, cuja unidade de produção de células de bateria de lítio-enxofre está prevista para começar no primeiro trimestre de 2020.
Segundo Castelo Branco, a Codepar já aportou R$ 23 milhões no projeto da Oxis Energy, de um total de R$ 140 milhões, além de mais R$ 14 milhões que devem ser injetados pela gestora do fundo. A unidade será instalada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em cidade ainda a ser revelada.
Em Minas, existem ainda vários projetos, em diferentes fases de maturação, na área do lítio. Um deles é o da Sigma Mineração, empresa brasileira com 80% do capital nas mãos da A10 Investimentos e 20% sob tutela de credores. A empresa vai investir R$ 230 milhões no biênio 2018/2019 na primeira fase de um projeto para exploração e produção de lítio em Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha.
Conforme já informado, os primeiros testes operacionais devem ocorrer em 2019 e a previsão é de geração de 200 empregos diretos e cerca de 600 indiretos. A área onde está localizada a jazida foi adquirida pela Sigma em 2012 e, desde então, a empresa já investiu R$ 60 milhões em pesquisas e sondagens.
Outro projeto é o da AMG Mineração, que está investindo cerca de US$ 175 milhões (aproximadamente R$ 640 milhões, considerando o câmbio atual) na construção de duas plantas de concentrado de lítio, em Nazareno (Campo das Vertentes). A partir de 2020, a empresa deve atingir uma produção anual de 180 mil toneladas de concentrado de lítio, o suficiente para colocar a companhia entre os 10 maiores produtores mundiais do mineral.
Aplicação – O lítio é usado na produção de baterias de celulares, laptops e de veículos elétricos. Sua utilização como componente em baterias elétricas vem sendo aperfeiçoada para aumentar o tempo de uso e a autonomia. No caso dos seus compostos, o consumo está distribuído entre a indústria química (fabricação de graxas e lubrificantes), metalúrgica (fabricação de alumínio primário), indústria cerâmica e indústria nuclear (fabricação de reatores).
Fonte: Diário do Comércio
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