Na última sexta-feira, oito funcionários da mineradora foram detidos. Eles estão em duas unidades em BH e na Região Metropolitana.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou, na manhã desta segunda-feira (18), que a defesa dois funcionários da Vale presos na semana passada entrou com pedidos de habeas corpus. Segundo o TJMG, os advogados pedem a soltura de Artur Bastos Ribeiro, que integra a gerência de geotecnia, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, que faz parte do setor de gestão de riscos geométricos.
Os dois e outros seis funcionários foram presos, nesta sexta-feira (15), em uma investigação sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. A operação ocorreu em Minas Gerais, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a ação visou “apurar responsabilidade criminal pelo rompimento de barragens existentes na Mina Córrego do Feijão, mantida pela empresa Vale, na cidade de Brumadinho.”
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) disse, nesta manhã, que todos seguem presos. Os homens estão detidos na Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana, e as mulheres, no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, na Região Leste.
O G1 entrou em contato com a Vale sobre um eventual pedido de soltura dos outros funcionários, mas, até as 11h50, a empresa não havia se posicionado.
De acordo com o MP-MG, Ribeiro tinha responsável pelo monitoramento e manutenção da barragem 1 do Complexo da Mina Córrego do Feijão. Ao justificar a necessidade de prisão, a promotoria informou que ele participou de conversa entre funcionários da Vale e da Tuv Sud nos dias 23 e 24 de janeiro, vésperas do rompimento, na qual soube da situação de instabilidade da barragem e de anormalidade das medições dos piezômetros (aparelhos que medem a pressão da água).
Já Marilene, segundo o Ministério Público, participava do gerenciamento de dados corporativos sobre a criticidade da situação da barragem 1 e seria uma das interlocutoras com a empresa Tuv Sud.
Nesta segunda-feira (18), estão previstos depoimentos dos investigados ao Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG).
Interrupção e retomada de buscas
Nesta segunda-feira (18), o trabalho de buscas por vítimas da tragédia de Brumadinho começou na área da instalação de tratamento de minério da Vale. Mas foi interrompido momentaneamente, depois que o radar de solo detectou uma movimentação de rejeitos remanescentes na barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os trabalhos foram retomados logo que a equipe de geotecnia informou a acomodação do rejeito, retornando ao nível de segurança para a operação.
Nesta tarde, as equipes estão distribuídas para outros pontos. Militares continuam procurando por 141 pessoas que estão desaparecidas. O tempo instável comprometia o emprego de aeronaves.