Rio Javari, Acre. Imagem: Rhett Butler/Mongabay
Publicado em Mongabay.
Estudo assinado por 50 pesquisadores mostra que a Área de Preservação Permanente ao longo dos riachos deveria ser pelo menos 20 metros maior. Os pesquisadores observaram o impacto do desmatamento sobre a biodiversidade aquática de quatro biomas brasileiros.
O primeiro passo foi juntar dados colhidos ao longo dos últimos 20 anos em quase 1.500 riachos da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, que revelam a quantidade de peixes e invertebrados (como besouros e larvas de insetos) presentes na água. Quanto mais numerosos, mais saudável estava o rio.
Depois, os pesquisadores usaram imagens de satélite para “voltar no tempo” e verificar qual era o tamanho da mata ciliar no momento da coleta. “Se eu coletei aquele dado em 2015, eu tenho como ver como era a vegetação em 2015”, explica Luciano Montag, pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA). Sua equipe contribuiu com informações de 250 riachos da Amazônia Oriental — região que inclui o Pará e partes do Amazonas, do Maranhão e de Mato Grosso.
Rio da Prata, Bonito (MS) Imagem: Everaldo Vilela.
Com os dados em mãos, os pesquisadores usaram algoritmos para calcular a partir de que extensão o desmatamento passa a ter impactos severos sobre a quantidade de peixes e invertebrados — cabe ressaltar a vegetação nativa é essencial à vida aquática ao fornecer sombra, alimento e abrigo. “À medida que o desmatamento avança, você vai perdendo aos pouquinhos a biodiversidade. No momento em passa desse ponto de quebra, desse limiar, há uma grande perda de biodiversidade”, explica Dala Corte. Foi assim que os autores do estudo descobriram que, para que esse limiar não seja ultrapassado, as APPs às margens dos riachos deveriam ter pelo menos 50 metros de largura. “Esse é o mínimo dos mínimos”, destaca o coordenador do estudo.
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