Bolsonaro diz que decide hoje sobre reforma da Previdência

Bolsonaro diz que decide hoje sobre reforma da Previdência

Bolsonaro recebe alta e passa a despachar do Palácio da Alvorada, por recomendação médica. Ele disse que hoje baterá o martelo na proposta que será enviada ao Congresso

Bolsonaro foi recebido pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ao chegar a Brasília, após deixar o Hospital Albert Einstein (SP) (foto: Marcos Correa/PR Brasília)

 

 O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem em entrevista que vai bater o martelo hoje na proposta de reforma da Previdência elaborada pela equipe econômica que será enviada ao Congresso Nacional. Ele concedeu a entrevista à TV Record ontem pela manhã, quando ainda estava no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ficou 17 dias internado para cirurgia de retirada da bolsa de colostomia e reconstrução do intestino. A entrevista foi exibida à noite.
Bolsonaro seguiu direto de São Paulo para Brasília. Os médicos recomendaram repouso e ele vai despachar do Palácio da Alvorada, a residência oficial. Ele será acompanhado pela equipe médica da Presidência, que conta com enfermeiros e fisioterapeutas. Durante o período de internação, o presidente foi diagnosticado com pneumonia, que, de acordo com o último boletim médico, possivelmente decorreu de microaspiração de conteúdo gástrico. Ele recebeu alta com o quadro pulmonar normalizado, sem dor e febre, função intestinal restabelecida e dieta leve por via oral.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, informou que Bolsonaro deve se debruçar sobre o projeto da reforma da Previdência, que será enviado ao Congresso nos próximos dias. Já o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, informou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma está finalizada, esperando apenas o aval de Bolsonaro. “A proposta está pronta. O presidente vai recebê-la quinta ou sexta-feira, quando nos convocar”, disse a jornalistas após sair de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e deputados federais integrantes da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado.

Marinho evitou dar qualquer detalhe da proposta de reforma, como idade mínima e regras de transição. “A proposta vai ser apresentada à sociedade logo após o presidente se debruçar sobre o tema. Ele é quem precisa dizer se o material que nós produzimos está adequado, dentro do pensamento dele”, acrescentou. Na terça-feira, o secretário da Previdência disse que o texto final é bem diferente da minuta do projeto que vazou para a imprensa na semana passada. Nessa minuta, o governo proporia idade mínima única de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem. Além disso, previa um mínimo de 20 anos de contribuição para o trabalhador receber 60% da aposentadoria, chegando, de forma escalonada, até o limite de 40 anos, para o recebimento de 100%.

Bolsonaro deixa o hospital sem que algumas perguntas sejam respondidas. Ainda não há informação sobre quando ele poderá retomar suas atividades normalmente no Palácio do Planalto, nem se conseguirá manter a agenda no exterior prevista para os próximos dois meses. Segundo o porta-voz, Bolsonaro “ainda passará por período de descanso”, mas a duração dependerá de uma autoavaliação. Pelo menos até o fim da semana, de acordo com Rêgo Barros, o presidente ficará no Palácio do Alvorada, onde mora com a família, e fará autoavaliação para saber se poderá realizar reuniões com os ministros no local. Não há previsão de retorno ao Planalto. As viagens para EUA e Israel, previstas para março e abril, seguem na programação, mas sem data exata “A equipe mantém o planejamento de viagens ao exterior, a questão é quando”, disse o porta-voz.

Logo depois de receber alta, Bolsonaro comentou em seu perfil no Twitter sobre as cirurgias e os processos de recuperação decorrentes do atentado sofrido em 6 de setembro, em Juiz de Fora. “Foram 3 cirurgias e mais de 1 mês no hospital”, escreveu. O presidente comemorou sua recuperação e relembrou que seu agressor já havia sido filiado ao Psol, partido de oposição ao seu governo. “Finalmente deixamos em definitivo o risco de morte após a tentativa de assassinato por ex-integrante do Psol”. Bolsonaro ainda agradeceu “a Deus e a todos por finalmente poder voltar a trabalhar em plena normalidade”.

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