Por Elida Oliveira. Publicado no G1
A Amazônia registrou 1.034,4 km² de área sob alerta de desmatamento em junho, recorde para o mês em toda a série história, que começou em 2015. No acumulado do semestre, os alertas indicam devastação em 3.069,57 km² da Amazônia, aumento de 25% em comparação ao primeiro semestre de 2019.
Os dados são do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), atualizados nesta sexta-feira (10).
Os alertas até junho de 2020 apontam:
- sinais de devastação em 3.069,57 km² da Amazônia neste ano
- aumento de 25% de janeiro a junho, comparado ao mesmo período do ano anterior
- aumento de 64% no acumulado dos últimos 11 meses, comparado ao período anterior (a um mês do fechamento oficial de desmatamento, alertas apontam tendência de aumento na devastação)
- O número de junho é 10,6% maior do que o registrado no mesmo mês em 2019
- Na comparação com maio, houve aumento de 24,31% em relação ao mesmo mês de 2019, que também havia sido recorde para o período.
Os dados servem de indicação às equipes de fiscalização sobre onde pode estar havendo crime ambiental. Os números não representam a taxa oficial de desmatamento, que é medida por outro sistema, divulgado uma vez ao ano.
O Brasil enfrenta pressão de investidores estrangeiros para diminuir o desmatamento na Amazônia. Nesta quinta-feira (9), o vice-presidente Hamilton Mourão disse para investidores que o Brasil busca reduzir o desmatamento, mas os dados mostram aumento na tendência de desmate.
Nesta sexta-feira, Mourão discutirá com empresários brasileiros, que levarão sete pontos sobre o tema e cobrarão do governo ações concretas que garantam melhoria dos indicadores.
O Ministério Público Federal (MPF) está pedindo o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por crime de improbidade administrativa. De acordo com o MPF, há “desestruturação dolosa das estruturas de proteção ao meio ambiente”.
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