A febre amarela se espalha cada dia mais por Minas Gerais e ganha força na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já são 15 mortes em decorrência da doença e 22 casos confirmados, sendo 59% deles no entorno da capital (veja quadro), de acordo com boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Os números podem ser ainda maiores, já que a Prefeitura de Viçosa, na Zona da Mata, também confirmou a morte de um morador da cidade. O estado investiga ao todo 46 notificações, sendo que dessas, oito resultaram em óbitos ainda não apurados. Na Fundação Ezequiel Dias (Funed), trabalhos de identificação do vírus estão a todo vapor.
Os dados da SES mostram que a maioria dos casos confirmados são de homens que não se vacinaram contra a doença. As vítimas têm entre 31 e 69 anos. O que impressiona é a letalidade da doença, que chegou a 68,2%. O primeiro caso do período 2017/2018, que começou em julho e vai até junho, ocorreu em 23 de dezembro. Desde o início da temporada, foram constatadas mortes de primatas (epizootias) em 161 municípios mineiros. Em 30 cidades, o vírus foi confirmado – nove somente em janeiro. Dessas, quatro foram na Grande BH. Em 87 não houve coleta de amostra do animal e por isso a causa da morte é indeterminada. Ainda estão sendo investigados os casos de óbitos de macacos em 44 comunidades.
A vacinação está sendo intensificada em 248 municípios mineiros. A cobertura vacinal em Minas Gerais estava em 82% no início do período, mas a meta é imunizar 95% da população. As vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Devem se vacinar pessoas acima de nove meses e até 59 anos. Pessoas acima dessa idade, grávidas e mulheres que estão amamentando bebês menores de seis meses só devem se imunizar se forem se deslocar para áreas com transmissão ativa da doença. Mulheres que estão amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias. Quem tem mais de 60 anos deve procurar avaliação médica antes de tomar a dose. A vacina é contraindicada para quem tem alergia a ovo.
O morador de Viçosa que morreu em decorrência da febre amarela, de acordo com a prefeitura da cidade, estava internado em Belo Horizonte. A morte não consta no boletim divulgado ontem pela SES. A Secretaria de Saúde do município da Zona da Mata ampliou o público-alvo da vacina contra a doença. Agora, todas as pessoas acima de 9 meses de idade serão vacinadas. Gestantes, idosos e puérperas passarão pela triagem da equipe de enfermagem das unidades antes de tomar a vacina. De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Marcus Schitini, a cidade passou a trabalhar com a provável circulação do vírus. A meta agora é aumentar a cobertura vacinal de 74% para 85% até sábado.
A vítima, de 61 anos, era produtor rural e morava próximo ao município de Estiva. Ele deu entrada no domingo no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Sebastião, ainda em Viçosa, mas o quadro se agravou e ele foi transferido para o Hospital Eduardo Menezes, considerado referência. O homem tinha dor na barriga, febre, sinais hemorrágicos e disfunção renal, sintomas de febre amarela.
Fonte: Estado de Minas
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